Saturday, June 04, 2005

O Julgamento de Penélope

Negou-o até quando pode, e agora é levada a julgamento. Em plena Gália no período merovíngeo, Penélope é levada a julgamento.
Acusada pelo professor Marcelo de seduzí-lo e tirá-lo do caminha do Deus (ou "Caminhada para Jesus", tanto faz), Penélope se sente traída, mas ao mesmo tempo fortalecida. "Geminianos são meu karma", afirma a jovem mulher, alimentando sua raiva.

"Não é verdade que a senhora, D. Penélope, é iniciada em rituais germânios pelo Sr. Alf?", perguntou o fascínora.
"Sim, mas meu interesse é puramente antropológico", respondeu a mulher, parafraseando o professor.
"Admita que utilizou seus conhecimentos ritualísticos para seduzir-me! Coteje minha acusação!", bufava o 'ex-comunista' (sic: impossível ser ex-comunista).
"Se tivesse que utilizá-los para seduzir um homem, usaria-os em Georges Duby: ele escreveu meu livro predileto, o qual já li três vezes e cito em suas aulas!", atacou Penélope.

Sentindo-se inferior, já que não tem nenhuma publicação notória, professor Marcelo passa para a parte probatória do processo.

"Tragam a relíquia", ordenou o homem à Madmoselle que não sabe ler em português em voz alta. Logo voltou a submissa com um objeto em suas mãos.

"Quero que você jure", desafiava o professor, "sobre esta relíquia que NÃO tentou me seduzir!".
Ao ver a relíquia, Penélope sentiu seus glóbulos vermelhos pararem de circular por suas veias - todos estáticos, como se esperasse pela reação dela. A relíquia era nada menos que a tábua que Penélope e sua companheira Todorov utilizaram para cortar limão e fazer limonada durante a crucificação de JC.
"Stalinista dos infernos", pensava ela, "Que farei agora?".

Não percam o próximo capítulo de "O Julgamento de Penélope"!